Use este identificador para citar ou linkar para este item: https://deposita.ibict.br/handle/deposita/203
Tipo do documento: Livro
Título: Rasuras no "chão dos lobos" : A poética de fronteira de Charles Trocate
Autor: SOUZA, Airton
Resumo: Rasuras no “chão dos lobos” – a poética de fronteira de Charles Trocate é o resultado de dois tumultuados anos de pesquisas, sobretudo pelas incertezas políticas que nesse momento avassala o país. Sob a orientação do Prof. Dr. Gilson Penalva, este trabalho foi destinado ao Programa de Mestrado em Letras, pela Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará. Além disso, Reescrito por pelo menos três vezes ao longo desses anos este livro é parte de um testemunho do agora. De uma poética centrada na provisão da ação. Convergindo para o estado do imediato atemporal. Essa que é justamente uma das questões mais essenciais nas poéticas amazônicas. Porque nesse espaço todas as lutas convergem para o hoje. Isso se deve, principalmente porque os algozes não dormem. Eles estão nutridos pelo único sentimento de nos proibir de amar a nossa terra, mostrando-a somente como potencial econômico e ao mesmo tempo delineado traços de impotência nos nossos sentimentos. Aqui estão os testemunhos de pequenas leituras fronteiriças na poética de Charles Trocate. Essa que é uma das escrituras mais atuantes no front nas Amazônias. Porque Trocate é, como bem escreveu Luiz Ricardo Leitão, “um combatente caboclo armado de palavras”. Para o poeta a palavra é prática, e ele sabe que ela é capaz de provocar incômodos no cerne dos que só pensam incessamente em espoliar o ser e as geografias amazônidas. Por isso a palavra é sal, e subverte, ao questionar os valores e o poder nesse processo de espoliação. A partir de uma poética de ação Trocate concede-nos o direito sincero de nos olharmos frente às realidades díspares que assolam diariamente as nossas fronteiras, sejam elas: as subjetivas, as coletivas, as reais ou as imaginárias. A carga semântica na expressão poética de Trocate é multifacetada. Ela provoca rupturas na forma imediata de transver as Amazônias. Atravessa tanto as cidades quanto os campos, sem deixar de abraçar os prelúdios sentimentais embandeirados por uma infinidade de camaradas. Assim, Charles Trocate transfigura as realidades, tornando-as outras construções simbólicas dentro dessas próprias realidades. Em sua poética ele reescreve as significações plurais buscando interpretar o momento, sem deixar de contestá-lo. Faz de sua poesia o espaço de afeto e combate, como quem sabe atravessar as trincheiras com todos os horizontes políticos inquietando suas retinas. Ou de quem quer muito mais que o intróito silenciado. Não à toa, veremos neste Rasuras no “chão dos lobos” – a poética de fronteira de Charles Trocate o quanto a poética trocatiana se adensa cada vez mais na urgência temporal e territorial. Fazendo de si mesmo a possibilidade de tornar-se um campo simbólico surpreendente, ao manter intrínseca relação com o cotidiano nas Amazônias e a transposição dessa relação para a palavra poética. Ao passo que Charles Trocate esgarça os processos de sentidos político e literário. Por conta disso, esse livro aborda o processo de desleitura a partir de dois elementos simbólicos na poética trocatiana, que são eles: a poesia de fronteira como ato pedagógico e a análise estética político-cotidiana. Ambos estão perpassados por diálogos metaforicamente vinculados as temporalidades, a partir da análise verbal, e das territorialidades, analisando como os procedimentos de intensificação das metáforas potencializa a representação simbólica. Em grande parte veremos que o lócus enunciativo da poética de Charles Trocate são as Amazônias. São dessas geografias que as simbologias de suas palavras buscam reorganizar, mesmo que interrogando, as ações marcadas pelas diferenças, centradas nas formas de poder. Assim, o poeta assinala outros discursos possíveis. Só que discursos de quem estar dentro do front, e não como sempre historicamente aconteceu, a construção discursiva das Amazônias por quem estar fora, criando, como projeto de dominação, os esteriótipos. Com uma concepção poética que tensiona as formas simbólicas das palavras Charles Trocate contribui para ampliar diversas problemáticas existentes nas Amazônias, conforme veremos exemplificados ao longo deste livro. E, nessa perspectiva ele concebe outras formas de nos enxergamos criticamente. Dessa maneira, a poética trocatiana desloca a história oficial sobre os pensamentos críticos referentes aos sujeitos e as territorialidades Amazônicas. Temos, por tanto, neste Rasuras no “chão dos lobos” – a poética de fronteira de Charles Trocate não como o ponto final, mas como a possibilidade territorial e temporal do lugar de partir.
Abstract: Erasures on the “floor of the wolves” - Charles Trocate's frontier poetics is the result of two tumultuous years of research, above all because of the political uncertainties that currently overwhelm the country. Under the guidance of Prof. Dr. Gilson Penalva, this work was destined to the Master's Program in Letters, by the Federal University of the South and Southeast of Pará. In addition, Rewritten at least three times during these years this book is part of a testimony of the now. From a poetics centered on the provision of action. Converging to the state of the timeless immediate. This is precisely one of the most essential issues in Amazonian poetics. Because in that space all struggles converge for today. This is mainly because the executioners do not sleep. They are nourished by the only feeling of forbidding us to love our land, showing it only as an economic potential and at the same time outlining traces of impotence in our feelings. Here are the testimonies of small border readings in Charles Trocate's poetics. This is one of the most active scriptures on the front in the Amazon. Because Trocate is, as Luiz Ricardo Leitão wrote, “a caboclo combatant armed with words”. For the poet, the word is practical, and he knows that it is capable of causing discomfort at the heart of those who only think incessantly to rob the Amazonian being and geography. That is why the word is salt, and it subverts, when questioning the values ​​and power in this process of plunder. Based on a poetics of action, Trocate gives us the sincere right to look at the different realities that plague our borders on a daily basis, be they: subjective, collective, real or imaginary. The semantic charge in Trocate's poetic expression is multifaceted. It causes disruptions in the immediate way of crossing the Amazon. It crosses both cities and fields, while embracing the sentimental preludes flagged by an infinity of comrades. Thus, Charles Trocate transfigures realities, making them other symbolic constructions within those realities. In his poetics, he rewrites plural meanings, seeking to interpret the moment, while still contesting it. He makes his poetry the space of affection and combat, as if he knows how to cross the trenches with all the political horizons disturbing his retinas. Or who wants much more than the silenced introito. Not for nothing, we will see in this Rasuras on the “floor of the wolves” - Charles Trocate's frontier poetics, how much the trocatian poetics becomes more and more intense in the temporal and territorial urgency. Making the possibility of becoming a surprising symbolic field, by maintaining an intrinsic relationship with everyday life in the Amazon and the transposition of that relationship into the poetic word. While Charles Trocate stretches the processes of political and literary senses. Because of this, this book approaches the process of neglect from two symbolic elements in trocatian poetics, which are: border poetry as a pedagogical act and political-daily aesthetic analysis. Both are pervaded by dialogues metaphorically linked to temporalities, based on verbal analysis, and territorialities, analyzing how the procedures for intensifying metaphors enhance symbolic representation. We will see in large part that the enunciative locus of Charles Trocate's poetics is the Amazon. It is from these geographies that the symbologies of his words seek to reorganize, even if questioning, the actions marked by differences, centered on forms of power. Thus, the poet points out other possible speeches. Except that speeches of those who are inside the front, and not as always historically happened, the discursive construction of the Amazon by those who are outside, creating stereotypes as a domination project. With a poetic conception that stresses the symbolic forms of the words Charles Trocate contributes to the expansion of several problems existing in the Amazon, as we will see exemplified throughout this book. And, in this perspective, he conceives other ways of seeing ourselves critically. In this way, Trocatian poetics displaces the official story about the critical thoughts regarding the subjects and Amazonian territorialities. We have, therefore, in this Rasuras on the “floor of the wolves” - Charles Trocate's border poetics not as the end point, but as the territorial and temporal possibility of the place to leave.
Palavras-chave: Charles Trocate
Pesquisa
Estudo
Área(s) do conhecimento: Linguística, letras e artes
Idioma: por
País: Brasil
Instituição: Rfb Editora
Tipo de acesso: openAccess
Identificador do documento: 10.46898/rfb.9786558890478
URI: https://deposita.ibict.br/handle/deposita/203
Data de publicação: 2020
Aparece nas coleções:Norte

Arquivos associados a este item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
RASURAS NO “CHÃO DOS LOBOS”.pdfRASURAS NO “CHÃO DOS LOBOS” - A POÉTICA DE FRONTEIRA DE CHARLES TROCATE5,19 MBAdobe PDFBaixar/Abrir Pré-Visualizar


Ferramentas do administrador