Navegando por Palavra-chave "(Des)laço social"

Agora exibindo 1 - 1 de 1
  • Imagem de Miniatura
    Capítulo de livro
    O discurso neoliberal e as fake news, uma questão do outro(?): uma leitura psicanalítica sobre o (des)laço social contemporâneo
    (Pontificia Universidade Católica de Minas Gerais, 2024) Câmara, Maria; Fernandes, Diêgo
    Em 2016, o Dicionário Oxford nomeou a “pós-verdade” como a palavra do ano. De lá para cá, o panorama político e social foi marcado por esta conjuntura da pós-verdade, onde a crença objetiva e racional perde peso diante apelo político e ideológico. Em meio a esse cenário, as falsas notícias (fake news) se difundem. Mecanismos estes utilizados nas eleições de líderes extremistas neoliberais, como no caso do Estados Unidos 2016 e do Brasil 2018. A ascensão do neoliberalismo, na escolha de líderes da extrema direita, vem sendo associada a manipulação midiática da opinião pública através das práticas de fake news. A ampliação das fake news, marca a era da pós-verdade, onde as verdades universais são abandonadas. Isto corresponde, na psicanálise, ao que Lacan (1968-69/2008) menciona no aforisma “evaporação do pai”, ou seja, o declínio do grande Outro, que resulta na decadência da transmissão da Verdade e revela a segregação como marca. O grande Outro, enquanto função, produz uma mudança social da ordem simbólica. Para Lacan (1968-69/2008), ao contrário que se pensa que a comunicação da nossa civilização homogeneiza as relações, o que caracteriza nosso século é a segregação ramificada, que produz uma multiplicação de barreiras sociais. Lacan (1969/1970/1972) localiza o desaparecimento desse Outro a partir da ascensão e predomínio do discurso capitalista na sociedade atual. É através da noção dos discursos que Lacan (1969/1970/1972) irá abordar como que este, o discurso capitalista, não fornece uma função propriamente de discurso que é a do laço social. Partindo-se do discurso capitalista apresentado por Lacan, iremos introduzir a ideia da vigência deste em seu estado mais avançado, ou seja, na forma do discurso neoliberal. Discurso este comandado pela lógica de mercado e que produz no sujeito, uma forma de erradicação da alteridade, um individualismo, uma retroalimentação das verdades “próprias” de cada um e de seu ensimesmamento. Diante deste cenário, questionamos: De que maneira as noções do discurso capitalista e do Outro em Lacan podem contribuir para a compreensão dos efeitos que o neoliberalismo entrelaçado às campanhas de fake news tem tido sobre os sujeitos no Brasil contemporâneo?