Navegando por Palavra-chave "Segundas residências"
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- Artigo de eventoDinâmicas sociais e turismo: o veraneio contemporâneo no litoral norte do Rio Grande do Sul(Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2023) Barros, Solange Murta; Souza, André dos Santos BaldraiaEsse artigo destina-se à discussão sobre o turismo no litoral norte do Rio Grande do Sul, em perspectiva interdisciplinar, teórica e histórica. Fatores climáticos, logísticos, de transportes e comunicação, transição demográfica, mudanças na composição e tamanho das famílias são relacionados à reflexão necessária sobre o caráter sazonal do turismo no modelo usual de segundas residências. Por meio de revisão bibliográfica não sistemática explora aspectos acerca do turismo doméstico de sol e praia na região, e entabula discussão sobre as mudanças comportamentais no hábito de veraneio dos gaúchos, com a proposta de descrever pontos de inflexão que tornam possível compreensões atualizadas e necessárias. O discurso convencional e estatísticas oficiais sobre o turismo de verão são apenas a parte visível desse fenômeno social, abaixo da linha d’água, o corpo de práticas tem um volume maior, diverso e complexo e articula-se à especulação imobiliária, às políticas de incentivo público, e às novas temporalidades influenciadas pelo mundo virtual dentre outras transformações socioculturais vigentes. As temporadas de férias de verão se tornam cada vez mais curtas, com evidência maior de movimento pendular de visitantes do que permanência; e se por um lado o sonho de possuir uma casa de praia própria começa a perder o brilho, cada vez mais os outrora veranistas optam por estabelecer residência permanente na região, especialmente os mais idosos. O velho veraneio entra em ocaso, e na falta de vocábulo mais específico, boas-vindas à agenda de pesquisa sobre o veraneio contemporâneo, que dura o ano todo.
- DissertaçãoRepercussões territoriais do turismo no litoral: a perspectiva da população de Imbé – RS(Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS, 2024) Barros, Solange Murta; Rambo, Anelise Graciele; Dagnino, Ricardo de Sampaio; Identificação Funcional: 1362058; http://lattes.cnpq.br/7603358244094997; Identificação Funcional: 2579642; http://lattes.cnpq.br/8908124311779970; https://lattes.cnpq.br/2533634472247594; Pugen, Bianca; http://lattes.cnpq.br/9588812374487167; Comunello, Felipe José; Identificação Funcional: 2297680; http://lattes.cnpq.br/4621177658252435; Souza, André dos Santos Baldraia; Identificação Funcional: 1144057; http://lattes.cnpq.br/5085288227080432O turismo, para a Organização das Nações Unidas (ONU), é atividade transversal capaz de promover cada um dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) propostos para 2030. Em extensão a tal premissa global, essa dissertação tem por objetivo particular compreender as perspectivas da população residente em Imbé-RS quanto à influência do turismo neste município litorâneo partícipe da Aglomeração Urbana do Litoral Norte (AULINOR). O trabalho recorreu a abordagem territorial e multidimensional do desenvolvimento e foi apoiado nos conceitos de territorialidades e de turismo de segundas residências. Como estudo de caso, exploratório e descritivo, envolveu a investigação sobre o processo histórico-cultural de criação e aspectos geográficos do município, por meio de revisão bibliográfica e documental, e a produção de questionário de pesquisa próprio. Esse instrumento de pesquisa, adaptado de survey utilizado em observatório internacional, antes da aplicação domiciliar por amostragem probabilística, foi submetido a avaliação por painel de especialistas e refinado após estudo teste. O trabalho de campo precedeu e sucedeu a alta temporada turística do verão 2023/ 2024, alcançando a amostra representativa de 394 moradores em setores censitários de 18 bairros. A análise de dados qualitativos e quantitativos mostrou que 91,6% dos respondentes tinham idade acima de 35 anos, 74,4% se fixaram em Imbé antes de 2020 e 70,1% foram residentes da Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA) antes de migrar para Imbé, sendo 55,8% do sexo feminino, 47% aposentados ou pensionistas e apenas 6,9% trabalhadores do turismo. Do total, 76,1% (300/394) são moradores permanentes, e, desses, 89,3% residem em único domicílio (268/300); enquanto 23,9% (94/394), vivem parte do ano em Imbé, e desses, por sua vez, 93,6% (88/94) residem em mais de um domicílio. A maior parte dos entrevistados concorda que o turismo: aumenta o acúmulo de lixo, a poluição sonora e atmosférica (88,8%) ou prejudica o fornecimento de água potável, energia elétrica, sinal de telefonia e internet (62,7%). As principais motivações para morar em Imbé foram a busca de tranquilidade, qualidade de vida, vínculos com amigos, familiares e com a paisagem. E ainda que as atividades sossegadas tenham sido preferidas, os moradores, em sua maioria, almejam por número de visitantes semelhante ao atual, seguidos por quantitativos superiores, nos próximos dez anos. A despeito de interferências ambientais, infraestruturais e econômicas que acompanham o modelo de turismo local, o trabalho conclui que, para os moradores de Imbé, a troca e o compartilhamento do seu espaço vivido com os turistas são considerados motores socioculturais, tendo em vista que uma cidade se faz com gente convivendo com gente: 92,1% concordam que o turismo movimenta e alegra a rotina de vida da população de Imbé. Sendo assim, se residir em cidade balneária é um antídoto para o ritmo de vida metropolitano, e o convívio entre anfitriões e turistas, mesmo que sazonal, funciona como repelente ao ostracismo e à estagnação, em um nível institucional, a fixação de turistas permanentes é oportunidade para transferência de renda que permita investimentos contínuos no município.