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Tipo do documento: mastherThesis
Título: Pistas linguísticas e paralinguísticas para os sentidos diminutivos
Autor: PINHEIRO, Bruno Felipe Marques 
Orientador: FREITAG, Raquel Meister Ko
Primeiro coorientador: TEJADA, Julian
Primeiro membro da banca: GODOY, Mahayana Cristina
Segundo membro da banca: ALMEIDA, René Alain Santana de
Resumo: Nos termos da gramática normativa, convencionou-se que o diminutivo é o processo gramatical que se refere aos nomes derivados que, por meio de sufixos, denotam a noção de dimensão pequena em relação às suas palavras primitivas (OLIVEIRA, 1536; BARBOSA, 1822; SOARES BARBOSA; 1845, dentre outros). Entretanto, o processo de derivação nos diminutivos resulta não somente em ideia de pequenez: (i) os diminutivos expressam ideias associadas à emotividade (CUNHA; CINTRA, 1985; BECHARA, 2009, dentre outros), diminuindo situações de forma apreciativa ou depreciativa; (ii) como também existem diminutivos que caminham ou já estão em um processo de lexicalização (ROCHA LIMA, 1992; ROCHA; VICENTE, 2016). No português brasileiro, o comportamento do diminutivo vem sendo observado a partir de [x-inho] e [x-zinho] como variantes de uma variável linguística para compreensão do significado do diminutivo, destacando a relação entre variáveis estruturais relacionadas à expressão do sufixo. No entanto, ainda há poucas evidências da sistematicidade de padrões para a distinção entre diminutivos lexicalizados e afetivos, e entre a apreciação positiva e negativa; os valores são decorrentes da intuição e subjetividade do analista para avaliar, por meio de pistas contextuais, a valoração do diminutivo. A fim de ampliar o escopo de análise sobre o significado do diminutivo, consideramos o tipo de classificação do diminutivo (afetivo ou lexicalizado) + o tipo de apreciação (positiva ou negativa) para analisar o comportamento do diminutivo em 30 entrevistas sociolinguísticas documentadas em áudio e vídeo com estudantes universitários da Universidade Federal de Sergipe (UFS). A partir de 241 ocorrências, identificamos a associação dos fatores estruturais (base morfológica, sufixo, tonicidade, extensão silábica, classe morfológica), fatores estilísticos (tópico discursivo e envolvimento do falante), fatores suprassegmentais (recursos prosódicos) e fatores paralinguísticos (expressões faciais), ampliando o poder de explicação sobre o significado dos diminutivos. Realizamos duas análises independentes entre si: (i) variáveis estruturais e variáveis prosódicas (testes de associação e análises de variância); (ii) e uma análise com as variáveis semânticas e variáveis emocionais (com reconhecimento facial a partir do protocolo Action Coding Systems - FACS). Observamos que existe uma convergência entre os resultados de análises que tomam o sufixo como variável dependente. As variáveis base morfológica, sufixo, tonicidade, extensão e classe diferenciam os diminutivos lexicalizados e afetivos. As variáveis prosódicas não diferenciaram os tipos de diminutivos que foram controlados. Na análise do reconhecimento facial dos falantes, os resultados sugerem relação entre a expressão facial do participante e o tipo de apreciação associada ao diminutivo. Os resultados apontam que existem pistas linguísticas e paralinguísticas que atuam na diferenciação dos diminutivos, seja entre lexicalizados e afetivos, e entre apreciação positiva e negativa, contribuindo com evidências para análises intuitivas como as apresentadas nas gramáticas. Por fim, consideramos que houve uma limitação da amostra e em relação à análise do reconhecimento facial, por isso é preciso realizar uma testagem em larga escala para ampliar o poder explanatório dos resultados.
Abstract: In terms of normative grammar, it was agreed that the diminutive is the grammatical process that refers to derived names that, by means of suffixes, denote the notion of small dimension in relation to their primitive words (OLIVEIRA, 1536; BARBOSA, 1822; SOARES BARBOSA; 1845, inside others). However, the derivation process in diminutives results not only in the idea of smallness: (i) diminutives express ideas associated with emotions (CUNHA; CINTRA, 1985; BECHARA, 2009 and more), reducing situations in an appreciative or depreciatory way; (ii) as there are also diminutives that are in an ongoing process of lexicalization or that are already part of the language lexicon (ROCHA LIMA, 1992; ROCHA; VICENTE, 2016). In Brazilian Portuguese, the behavior of the diminutive has been observed from [x-inho] and [x-zinho] as variants of a linguistic variable to understand the meaning of the diminutive, highlighting the effect of structural variables related to the expression of the suffix. However, there is still little evidence of systematic patterns for the distinction between lexicalized and affective diminutives, and between positive and negative appreciation; the values are derived from the analyst's intuition and subjectivity to assess, through contextual clues (linguistic and paralinguistic), the valuation of the diminutive. In order to expand the scope of analysis on the meaning of the diminutive, we consider the type of classification of the diminutive (whether it is affective or lexicalized) + the type of appreciation (positive or negative) to analyze the behavior of the phenomenon in 30 sociolinguistic interviews documented in audio and video with university students from the Federal University of Sergipe. From 241 occurrences, we identified the association of structural factors (morphological basis, suffix, syllabic extension, class), stylistic factors (discursive topic and speaker involvement), suprasegmental factors (prosodic resources) and paralinguistic factors (facial expressions), expanding the explanatory power on the meaning of diminutives. Two independent analyzes were carried out: (i) structural variables and prosodic variables (association tests and analysis of variance); (ii) and an analysis with semantic and emotional variables (with facial recognition based on the Action Coding Systems - FACS protocol). We observed that there is a convergence between the results of analyzes that take the suffix as a dependent variable. The variables morphological base, suffix, tonicity, extension and class have a statistically significant association with the distinction between lexicalized and affective diminutives. In the mixed-effects model, participant and lexical item as random effects have a strong interference in the classification of diminutives into lexicalized and affective. This result suggests a kind of full morphological parsing: the speaker processes the word as a whole in the semantic interpretation of the diminutive. The effects of prosodic variables were not statistically significant in the sample, perhaps due to the fact that the sample was restricted. In the analysis of the facial recognition of the speakers, the results suggest a relationship between the participant's facial expression and the type of appreciation associated with the diminutive. The results show that there are linguistic and paralinguistic clues that act in the differentiation of diminutives, whether between lexicalized and affective, and between positive and negative appreciation, contributing with evidence for intuitive analyzes, such as those presented in grammars. We highlight the limitation of the sample, and large-scale testing can increase the explanatory power of the results.
Palavras-chave: Diminutivos lexicalizados e afetivos
Apreciação positiva e negativa
Sentidos
Expressões faciais
Área(s) do conhecimento: Linguística, Letras e Artes
Idioma: por
País: Brasil
Instituição: Universidade Federal De Sergipe
Departamento: Universidade Federal De Sergipe
Programa: Programa de Pós-graduação em Letras
Citação: PINHEIRO, Bruno Felipe Marques. Pistas linguísticas e paralinguísticas para os sentidos diminutivos. 2021. 97 f. Dissertação (Mestrado em Letras) - Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, 2021.
Tipo de acesso: openAccess
URI: https://deposita.ibict.br/handle/deposita/373
Data de publicação: 2021
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