Navegando por Palavra-chave "História"
Agora exibindo 1 - 20 de 28
Resultados por página
Opções de Ordenação
- LivroAbordagens em ecologia humana: construções epistêmico-metodológicas interdisciplinares(Brazil Publishing, 2019) Junior de Souza Menezes, AlexandreA produção deste livro pode ser caracterizada como uma experiência enriquecedora e gratificante para os estudos desenvolvidos no campo da Ecologia Humana e Gestão Socioambiental, como também no campo Interdisciplinar. Se configura como resultado de quase dez anos de estudos desenvolvidos no Programa de Pós-graduação em Ecologia Humana e Gestão Socioambiental – PPGEcoH, na Universidade do Estado da Bahia. O livro está composto por vinte e dois textos, desses, três são estudos desenvolvidos por pesquisadoras e pesquisadores internacionais, sendo os demais resultados de pesquisas desenvolvidas no PPGEcoH/UNEB.
- Capítulo de livroA Ação Integralista Brasileira (AIB) e sua influência no interior do Ceará: memórias do Integralismo em Ibiapina(Editora SertãoCult, 2019) FREIRE, Odail José MartinsA presente discussão tenciona tratar da presença e influência do movimento politico nacionalista conhecido como integralismo na cidade de Ibiapina-CE, a partir do contexto de sua atuação dentro das cidades interioranas do estado. Para isso, pretende-se abordar acerca de como se deu a concepção desse movimento dentro do estado e como ele se insere na dinâmica da política local dentro dessas cidades e, por fim, busca retratar como o integralismo esteve presente em Ibiapina e que impactos teve na cidade, a partir de memorialistas, filhos ilustres da cidade.
- Capítulo de livroAmbivalências poéticas nas canções de Belchior – a ida e o regresso(Editora SertãoCult, 2019) Nascimento, Francisco Sávio Barbosa doA música é um ente artístico inerente da humanidade e traz consigo valores culturais e políticos que reverberam as intencionalidades no ofício artístico de composição e interpretação, perpassando então pela sonoridade, a intelectualidade humana como “um canto torto” que “corta a carne” e adentra no íntimo do indivíduo, que por sua vez reage com uma pluralidade de sentimentos decorrentes da reprodução da obra poético-melódica. Tal processo pode então atuar como mecanismo revolucionário e transformador de todo um imaginário social de várias gerações a partir da mensagem da canção e de como é passada, musicalizando o cotidiano. É sobre essa capacidade de transformar em música aspectos simbólicos da realidade que discutiremos as produções poético-musicais do artista sobralense Antônio Carlos Belchior, onde se apresenta nas linhas e entrelinhas de sua obra como sujeito melopoético 3 , nas composições descrevendo as aventuras de tentar oportunidade em outra região, se reagindo com perplexidade ao se deparar com “o novo”, como também o saudosismo de um indivíduo desterrado que anseia o regresso.
- Capítulo de livroOs bastidores da seca: a exploração dos trabalhadores nas frentes de serviço do Açude Araras, Varjota-CE (1951–1958)(Editora SertãoCult, 2019) GONÇALVES, Letícia RodriguesLocalizado na cidade conhecida atualmente como Varjota, no Estado do Ceará, o Açude Araras foi construído a partir de políticas públicas com o intuito de diminuir os efeitos causados pelas estiagens inerentes ao clima semiárido na região Nordeste. Porém, mais que projetos e cotidiano de trabalho, a grandeza de suas águas escondem histórias amargas que são lembradas até os dias de hoje pelos que participaram desse processo. Nesse sentido, nosso objetivo ao longo deste texto é analisar algumas interpretações que, intencionalmente ou não, são deixadas em último plano. Buscamos investigar vertentes que comumente são deixadas de lado, não por serem irrelevantes, mas por fazerem parte de meios que, de acordo com certas visões, não justificaram os fins. Para tanto, sendo mais específicos em nossa pesquisa, investigaremos a possibilidade de uma exploração da força de trabalho de homens e mulheres que atuaram nas frentes de serviço do açude. Percebendo uma visão intrínseca dessa perspectiva de estudo aos bastidores dessa construção, tentaremos, à luz de estudos desenvolvidos por Castro (2011), Neves (2000), Filho e Souza (1988), entre outros, analisar e refletir sobre algumas memórias e escritos que fazem parte dessa discussão. Dessa forma, poderemos mostrar outros protagonistas dessa história - homens, mulheres e crianças que enfrentaram adversidades não só climáticas, mas notadamente humanas na esperança de alcançar dias melhores.
- Capítulo de livro“Depois foi que veio essa modernização”: as transformações nos engenhos de cachaça artesanal em Alcântaras-CE (1960- 2000)(Editora SertãoCult, 2019) GUIMARÃES, Adelina LopesParcialmente, essa modernidade que deu vida nova aos engenhos foi a mesma que causou sua decadência, com a produção da cachaça industrializada ligada a grandes marcas comerciais, além dos períodos de seca característicos da região. Com estes fatores, a cachaça Serrana, de fabricação artesanal, deixou de ser produzida e vendida em grande quantidade no comércio interno, pois todo seu processo de produção, por contar com técnicas rústicas, acarretava no encarecimento da bebida.
- Capítulo de livroA Educação na República(Editora SertãoCult, 2019) Lopes, Natanael AlvesSabe-se que nos dias atuais a educação brasileira é bastante precária, tendo inúmeros problemas, como a indisciplina a desvalorização do professor. O desinteresse dos alunos, porém, nem sempre foi assim. Há alguns anos, a nossa educação era de melhor qualidade, os professores eram respeitados e, mais do que isso, eram temidos pelos alunos e até mesmo apoiados pelos pais dos estudantes. Era um modelo de educação bem rígido e bem intolerante quando o assunto é indisciplina e falta de interesse em aprender.
- Capítulo de livroEmissoras de rádio de Camocim: o relacionamento com grupos políticos, cultura e comércio locais (1980-1989)(Editora SertãoCult, 2019) Mesquita, Maely Alves deDiscute-se no presente trabalho a função das emissoras de rádio como meio de representação político-ideológica na cidade de Camocim-CE, ressaltando assim o caráter político do rádio. Portanto, busca-se compreender a relação estabelecida entre as emissoras e os grupos políticos locais e a dinâmica do poder político em Camocim, bem como a disputa pela audiência das emissoras radiofônicas utilizando-se da cultura e do comércio para ganhar os eleitores ouvintes.
- Capítulo de livroO Ensino de História e cultura indígena em Hidrolândia-CE: a Lei 11.645 de 2008 e os meios para uma descolonização da imagem do indígena(Editora SertãoCult, 2019) Melo, Paulo Ênio de SousaO presente texto procura trazer algumas questões referentes ao ensino de história, em especial as que têm especial relação com a Lei 11.645 de 10 de março de 2008, o estudo da história e cultura afro-brasileira e indígena em todas as escolas públicas e privadas do Brasil, nas modalidades de ensino fundamental e médio. O texto apresenta novas abordagens historiográficas dos últimos 30 anos sobre o reconhecimento da história e cultura indígena para a educação básica e na história do Brasil. O intuito é reconhecer os indígenas como protagonistas na história, e não somente a transmissão de imagens idílicas simplistas que reconheciam os indígenas presos a um passado distante a mercê do colonizador.
- LivroEnsino de História Indígena Através do Cinema: Uma Experiência Pedagógica(Brazil Publishing, 2019) ALVES SANCHEZ, LaísO presente livro tem a pretensão de contribuir com reflexões e possibilidades de abordagem da temática indígena no Ensino. Longe de dar cabo à totalidade dos elementos que compõem o estudo e o ensino das histórias dos povos indígenas, a pesquisa analisou enfoques teóricos e materiais de subsídio ao trabalho do professor em sala de aula. O processo de luta e de transformações sociais destes grupos pode ser refletido no cinema e pensado enquanto recurso didático, auxiliando a viabilização da aplicação da lei e possibilidades de discussões sobre a importância do estudo e do reconhecimento dessas populações.
- Capítulo de livroEntre fanáticos e cassacos: a presença da Irmandade da Cruz nos sertões do norte do Ceará (1900-1903)(Editora SertãoCult, 2019) FERNANDES, Raimundo NonatoO presente trabalho parte de uma investigação e toma por objeto uma leitura acerca do surgimento da Irmandade da Cruz da Vila do Massapê e dos eventos que culminaram com o massacre que se deu em 26 de março de 1902, às margens do açude público Acaraú-Mirim. Analisaremos os fatos à luz do método de pesquisa que visa refletir e entender como foi possível que estes acontecimentos escaparam a um estudo mais aprofundado de nossa historiografia. Buscamos, portanto, recuperar uma memória e trazer presente em nossa abordagem, a partir dos ecos trazidos por uma nova história, ouvindo os gemidos, os gritos e os apelos daqueles que foram massacrados e silenciados e que agora reivindicam e merecem nos dias atuais o direito à memória histórica. Por fim, levanta inquietações sobre esses eventos, tentando estabelecer relações com outras Irmandades da Cruz que existiram nos Sertões do Ceará, refletindo a partir daí suas semelhanças e disparidades; e quais as motivações que existiam entre a Irmandade da Cruz, a Légio Crucis e a Irmandade do Caldeirão da Santa Cruz, para se pensar a sua importância no âmbito da construção histórica como estabelecimento de uma memória viva e atuante em nossos dias.
- Capítulo de livro“Eu entrei nessa brincadeira quando eu era um menino”. Memórias sobre o reisado groairense(Editora SertãoCult, 2019) ALVES, Raimundo SousaO presente trabalho apresenta o reisado de Groaíras como uma manifestação da cultura popular que tem sobrevivido ao tempo e à ação da sociedade moderna, através da oralidade, uma vez que não foi encontrado nenhum registro escrito oficial desta expressão cultural até o ano de 2018, apesar das diversas edições de reisado existentes na história do município. O propósito deste trabalho é tentar identificar, aproximadamente, desde quando surgiu o reisado no município, buscando uma reconstrução do trajeto histórico até os dias atuais e apontando suas dificuldades para manter-se enquanto cultura folclórica sobrevivente.
- LivroGuia de tecnologias digitais e ensino de História-podcasts de História(Rfb Editora, 2020) Lima, Douglas; Picanço, RosiangelaEpisódios semanais sobre diversos temas de História, que visam ser acessíveis e flexíveis ao público em geral.
- Dissertação“Heráldica da cultura popular”: Ariano Suassuna e a fabricação do movimento armorial (1950-1970)(Universidade Federal do Piauí, 2024) Silva, Willians Alves da; Queiroz, Teresinha de Jesus Mesquita; http://lattes.cnpq.br/2174469625709824; http://lattes.cnpq.br/2290002490434322O presente estudo pretende analisar a construção histórica do Movimento Armorial, em Pernambuco, por meio do seu principal fundador e organizador, Ariano Suassuna, entre os anos de 1950 e 1970. Lançado em 18 de outubro de 1970, em Recife, o Movimento com expressões na arte, literatura, poesia e música, tentou realizar uma arte brasileira erudita a partir das raízes populares. Com isso, a organização cultural propôs criar um alto padrão de literatura e arte, buscando uma beleza plena e de sentido nacional. Busca-se com a pesquisa compreender o Movimento Armorial enquanto invenção, posto que a organização estética foi fruto de discursos legitimados e engajamentos políticos, culturais e intelectuais de Ariano Suassuna. Uma análise histórica de suas participações no Teatro do Estudante de Pernambuco (TEP), no Teatro Popular do Nordeste (TPN), no Movimento de Cultura Popular (MCP), como Diretor do Departamento de Extensão Cultural da Universidade Federal de Pernambuco, e como membro do Conselho Federal de Cultura (CFC), serão imprescindíveis para entender como se deu as suas inclinações para salvaguardar a cultura popular nordestina e brasileira. Perceber a morte do pai de Ariano, João Suassuna, durante da Revolução de 1930, assim como estudar os embates travados entre Ariano Suassuna e seus antigos alunos de Estética também serão fundamentais para entender a fabricação Movimento Armorial. Por meio de fontes como entrevistas, jornais, revistas, boletins, atas, manifestos e dissertações de livre docência, com amparo na História Cultural e em conceitos como lugar social, práticas e representações e invenção, dos autores Michel de Certeau (2012), Roger Chartier (2004) e Durval Muniz (2011), respectivamente, e em categorias como a escrita de si, de Michel de Foucault, objetiva-se entender, a partir da trajetória político-artístico-cultural de Ariano Suassuna, como tal movimento emergiu historicamente e quais as condições históricas possibilitaram a sua fabricação.
- Capítulo de livroHistoriografia e cinema: percepções da diversidade na sétima arte(Editora SertãoCult, 2019) Sousa, Vinícius Pereira deEste trabalho abordará a cinematografia como linguagem, que em um dos seus aspectos tem a capacidade de representar porções de realidade(s), dando voz e vez a uma infinidade de narrativa(s). Usufruindo da linguagem cinema, diretamente ou indiretamente, os debates sobre abjetos começam ocupar espaços que os representa, vezes de formas negligenciadas outras em situações inferiores, tais inclusões iniciam-se através dos estereótipos. Esses sujeitos desviantes são excluídos e isolados, seus comportamentos são tidos como fora dos padrões aceitos pela sociedade que historicamente visa os costumes da heteronormatividade e patriarcado. Em cada tempo histórico, o debate envolve um pensamento diferente, pois em cada período variam-se os valores sociais, tanto quanto os espaços geográficos que os envolvem. Já a inclusão desses personagens se apresenta de formas variadas, uma vez que é atribuído um sentido de luta pela resistência e sobrevivência que interage em oposição às normas preestabelecidas e conservadas. Por fim, faz-se a análise dessas obras cinematográficas desde suas narrativas e alegorias, que então surgem como objetos de significâncias para a representatividade das ações culturais nas quais esses personagens são incluídos, a arte nesse trabalho, em exclusivo, vem para discutir a esfera do olhar sob uma ótica queer.
- LivroA literatura e suas (inter)faces com a Cultura, História e Sociedade(Editora MultiAtual, 2021) Silva, Rian Lucas da; Rodrigues, Golbery de Oliveira Chagas AguiarInúmeras fontes de saberes foram redimensionadas no pós-1960. Dentre elas, o saber literário ampliou seus horizontes e, notadamente, ficou maior do que si mesmo, porque investiu no consórcio de forças dialógicas, promovido pela lógica dos estudos culturais, que buscou convergências com a História e com a Sociedade. Daí verificou-se a interface cada vez mais profícua entre o espaço da literatura/poiesis e outros sistemas artísticos, como a música, o cinema, o teatro, dentre outros. A concepção de cultura – gestada pelos movimentos do pós-1960 – autorizou que cada espaço de saber sócio humano saísse “do seu quadrado” para intercambiar valores, expertises, trocas simbólicas mútuas, com a finalidade clara de um enriquecimento bilateral, em que o ganho resultante dessa troca seja visível/sensível. Se antes desse novo pensar cultural, histórico e social, cada espaço de saber tinha fronteiras fixas, bem definidas, com as novas diretrizes, percebemos “fronteiras móveis”, promovendo intersecções ininterruptas entre as técnicas de cada sistema. Essa perspectiva de interconexão, que coloca o eu e o outro, não apenas no terreno da diferença, mas também no espaço do diálogo, da troca e da interseção, exige do estudioso da cultura um novo olhar sobre o produto literário contemporâneo. A literatura, como outros campos de atuação humana, é filha de seu tempo, de suas condicionantes discursivas e o momento atual prevê perfis, olhares, posturas condizentes com esta lógica de revisitar o cânone literário posto, refletir sobre os atos que nos foram narrados e buscar fazer diferente, quando possível, nas produções contemporâneas, que fomentam em diversas áreas do conhecimento humano, a exemplo, da psicologia, da antropologia, da literatura, da semiótica, entre outras, um consórcio hermenêutico mútuo, na busca da promoção de mais inclusão e de convivência respeitosa entre tudo e todos. Nessa conjuntura, o presente e-book intitulado “A literatura e suas (inter)faces com a Cultura, História e Sociedade” objetiva promover um maior alcance de trabalhos, pesquisas e/ou estudos que tragam, em seu bojo, contribuições relevantes para o estudo da Literatura enquanto manifestação artística que se liga, ora diretamente ora indiretamente, com as diversas áreas do saber humano, a fim de promover um trabalho multifacetado, (inter)/(multi) e (trans)disciplinar.
- Capítulo de livroO lugar da memória e da História na arqueogenealogia foucaultiana(Universidade do Estado da Bahia, 2018) Araújo, Alex Pereira deEste estudo tem como objetivo principal discutir qual o lugar da memória nas pesquisas históricas empreendidas pelo filósofo francês Michel Foucault, o qual foi responsável pelo desenvolvimento de duas frentes metodológicas de trabalho: a arqueologia do saber e a genealogia do poder, conhecidas hoje como arqueogenealogia foucaultiana. Ao longo de mais de 30 anos dedicados a estas pesquisas, Michel Foucault ganhou projeção nacional e internacional pela sua inquietante forma de aliar a militância política com o trabalho acadêmico, demonstrando, com isso, qual era o papel do intelectual frente aos desafios e demandas no mundo do pós-guerra. Recebeu a maior honraria no mundo da intelectualidade francesa ao ser eleito professor do célebre Collège de France, assumindo, por mais de uma década, a cátedra história dos sistemas de pensamentos. Em uma de suas últimas entrevistas, declarou que todos os seus gestos tinham como principal objetivo: criar a história como os seres humanos se tornam sujeitos em nossa cultura. Esta declaração deixa evidente qual o lugar que a história ocupa em sua obra, mas qual seria o lugar da memória nesses seus empreendimentos? Por que a história aparece em seu trabalho como lugar privilegiado enquanto a memória tem um lugar de coadjuvante? São estas as reflexões iniciais que buscamos realizar neste nosso trabalho.
- Capítulo de livro“Mas digo uma coisa, não é a gente que cura, mas sim Deus”. Memórias de benzedeiras em Alcântaras-CE(Editora SertãoCult, 2019) Lino, Maria DeizianeO presente texto tem como objetivo analisar as representações de terapeutas populares, popularmente conhecidas com benzedeiras, tendo em vistas suas práticas dedicadas ao tratamento e à cura de enfermidades, conforme se dá no município de Alcântaras – Ceará, comentando sobre a prática e o fazer destas mulheres. Na premissa de que as mulheres benzedeiras, como importantes personagens da cultura popular, detêm de um conhecimento passado de geração a geração e que se perpetua até os dias atuais, nossa análise também visa ressaltar alguns aspectos referentes à apreensão e transmissão deste saber. Por meio de entrevistas estruturadas, onde foi possível constatar que as benzedeiras, ao mesmo tempo em que constituem uma identidade coletiva, tendem a apresentar formas bastante individualizadas no seu fazer. Enfim, com essa pesquisa pretende-se colaborar com a história da localidade de Alcântaras e, por consequência, com a história do Ceará de forma geral, já que estudar a história das benzedeiras é mergulhar em nossas raízes culturais mais genuínas. No mais, cabe agora conhecer o pouco deste estudo.
- LivroMonsenhor José Furtado Cavalcanti: sua história de vida na história de Meruoca(Editora SertãoCult, 2019) Soares, José; Soares, FranciscoFalar sobre a história da Meruoca e não mencionar Monsenhor Furtado, ou falar sobre a trajetória deste religioso sem mencionar a Meruoca é ocultar os capítulos mais importantes de ambos. O município e Monsenhor Furtado tiveram seus caminhos entrelaçados por mais de meio século, o que tornou o protagonista deste livro mais do que um homem da Igreja, mas um homem do povo da Meruoca. E quando se fala no impacto do pároco naquela comunidade, não é apenas no alento que trouxe com suas palavras, reforçando a fé do povo local, mas na soma de todos os seus atos, que ultrapassaram as fronteiras religiosas, marcando a saúde, educação e infraestrutura até mesmo dos rincões daquela serra. Os autores trazem de forma inteligente a história da Meruoca, destacando a atuação de Monsenhor Furtado, permitindo aos leitores constatarem o motivo do nome deste personagem figurar em destaque nos monumentos e, principalmente, na memória do povo que teve sua vida influenciada por ele.
- Capítulo de livroAs mulheres e a seca: sobrevivência feminina em tempos de escassez em Varjota–CE (1980-1990)(Editora SertãoCult, 2019) Oliveira, Francisca Clédia Sousa deO presente trabalho se propõe a fazer uma análise de como os períodos de escassez interferem na realidade das mulheres no que hoje concebemos como Nordeste. Em nosso texto, pensamos como a sensação em torno do fenômeno climático da seca vai mudando de acordo com o passar do tempo e as mudanças das relações sociais. Seguimos com apontamentos em volta de como o poder público vai procurando solucionar os efeitos devastadores das secas que atingem o sertão, aqui focado na região de Varjota-CE, mais precisamente na população que vive no interior do município. Em seguida, estudaremos a sociedade nordestina e sua organização social, e como isso reflete na sobrevivência feminina, nos períodos de escassez, procurando perceber como as políticas públicas vão envolvendo paulatinamente esse público e chegamos às demais formas de sobrevivência feminina encontradas, como foge à regra numa sociedade falocêntrica. Dispomos ao longo do texto de relatos dos que presenciaram períodos e com estudiosos que se propõem a pensar o cenário das relações sociais em épocas de extrema necessidade e desolação.
- LivroNas trilhas do sertão: Escritos de cultura e política nos interiores do Ceará - Volume 5(Editora SertãoCult, 2019) ARAÚJO, Raimundo; ARAÚJO, ReginaldoA série Nas trilhas do sertão chega ao seu quinto volume, incorporando pesquisas e análises historiográficas desenvolvidas por profissionais ligados aos cursos de pós-gra - duação das universidades cearenses e de outras instituições igualmente prestigiadas. O número presente traz artigos derivados de pesquisas desenvolvidas na Univer- sidade Federal de Pernambuco (UFPE), Universidade Federal do Ceará (UFC), Uni- versidade Federal Fluminense (UFF), Universidade Estadual do Ceará (UECE), Uni- versidade Estadual Vale do Acaraú (UVA) e Universidade Regional do Cariri (URCA). Em cinco anos de existência desta série, os profissionais a ela congregados procu - raram apresentar ao público leitor um sertão diferente daquele estereotipado, presente nas narrativas da literatura de ficção e da mídia televisiva. Trata-se de uma ruptura e uma emancipação. Uma ruptura porque a série Nas trilhas do sertão procura sempre romper com a história-memória e “bajulatória” que é produzida pelos intelectuais or- gânicos locais , cuja produção tem o objetivo claro de construir uma memória louva- tória e autoelogiosa para as elites sertanejas e seus antepassados. Neste aspecto, a série Nas trilhas do sertão é também uma emancipação porque marca o momento contundente em que diversos profissionais da História, residen - tes nos interiores do Ceará, decidem “se dar as mãos” para viabilizar a divulgação de suas pesquisas. São historiadores profissionais do sertão (sim, eles existem!) falando do sertão, para o sertão, pois já não precisamos (e nem aceitamos mais) que a nossa realidade nos venha apresentada “de fora”, na forma de uma novela (como a novela Cordel Encantado, da Rede Globo) , ou de um “romance regionalista tardio” (como tantos que mesmo hoje em dia insistem em requentar a fórmula da literatura de ficção do início do século XX) que, como nos alerta Durval Muniz de Albuquerque Junior, insiste em apresentar ao país um sertão que é a “eterna terra das secas”, localidade presa a um passado “pré-civilizado” e eterno, onde o tempo não flui; terra dominada pelos coronéis, pelos cangaceiros e pelos profetas fanáticos, percorrida por penitentes, retirantes e flagelados de modo atemporal. Esse sertão não existe mais. E você, leitor, não irá encontrá-lo aqui. O sertão apresentado em nossa série é o sertão real, feito de homens e mulheres de carne e osso, pessoas que, bem ou mal, estão inseridas no Brasil do século XXI.