Predictors of hospital mortality based on primary angioplasty treatment

Abstract

Preditores de Mortalidade Hospitalar nos Pacientes Submetidos a Angioplastia Primária Introdução: As doenças cardiovasculares (DCV) são a principal causa de morbimortalidade no Brasil. A doença isquêmica do coração é a que causa o maior número de mortes dentre as DCV. A angioplastia primária (ICP) consiste na desobstrução mecânica da artéria relacionada ao infarto agudo do miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST, sendo a estratégia de tratamento preferencial, desde que possa ser realizada em tempo hábil. A estratificação do risco de morte dos pacientes neste contexto é fundamental para tomada de decisões e avaliação prognóstica. Objetivos: Identificar os fatores relacionados ao desfecho de morte em pacientes submetidos a ICP. Material e métodos: Estudo caso-controle, utilizando como fonte de dados um registro nacional, fruto da colaboração voluntária dos sócios da Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista denominado de Central Nacional de Intervenções Cardiovasculares (CENIC). Os pacientes foram divididos em dois grupos, no primeiro (casos) foram alocados os dados dos pacientes que evoluíram a óbito e no segundo grupo (controle), os pacientes submetidos ao procedimento e que sobreviveram. As variáveis foram selecionadas com base em estudos prévios. A associação entre cada variável e o desfecho óbito foi avaliada via modelo de regressão logística simples, as variáveis com p<0,20 foram incluídas em um modelo múltiplo a partir da estratégia stepwise. A qualidade do ajuste foi avaliada utilizando-se o teste de Hosmer-Lemeshow. Os resultados foram apresentados como odds ratio (OR) com respectivos intervalos de 95% de confiança (IC 95%). Foi considerado significativo p<0,05. Resultados: Foram analisados 26.990 registros, sendo 18.834 (69,8%) do sexo masculino, com idade média de 61,5 ±12 anos. O número total de óbitos foi de 904 e a taxa de mortalidade geral foi 3,3%. Na análise multivariada, as principais variáveis relacionadas ao desfecho óbito foram idade > 60 anos (60 a 69 anos com OR 2.004 [1.336; 3.076], 70 a 79 anos OR 2.462 [1.635; 3.789], e ≥ 80 anos OR 3.688 [2.384; 5.812]), Killip II, III e IV(II com OR 2.718 [1.919; 3.827], III OR 8.139 [5.672; 11.637] e IV OR 19.833 [14.851; 26.688]), disfunção ventricular grave (OR 3.625 [2.393; 5.675]) e infarto após a intervenção (OR 5.006 [2.568; 9.460]). Associaram-se a um menor risco de morte o sexo masculino (OR 0.789 [0.635; 0.981]), dislipidemia (OR 0.689 [0.558; 0.850]), TIMI 2 e 3 (2 com OR 0.593 [0.409; 0.857] e 3 OR 0.176 [0.133; 0.235]) e o número de lesões tratadas (OR 0.859 [0.785; 0.938]). Conclusão: Os preditores de mortalidade nos pacientes submetidos a ICP foram: classificação de Killip, reinfarto, idade avançada, disfunção global acentuada do ventrículo esquerdo, sexo feminino e fluxo TIMI 0/I pós-intervenção. A identificação destes dados pode ser útil na estratificação e cuidados ao paciente coronariopata.