Síndrome de burnout e ofício pastoral: a psicossomatização do estresse em pastores da Igreja Presbiteriana Independente do Brasil em São Paulo-SP

Abstract

A presente pesquisa investigou se o ambiente de trabalho e o escopo da função de pastor na Igreja Presbiteriana Independente do Brasil (IPIB) em São Paulo/SP são considerados um meio para a manifestação de Burnout em seus ministros. A psicossomatização do estresse em decorrência de condição organizacional e ambiental bem como das tarefas pertinentes às diversas profissões ligadas ao cuidado e ao ensino tem sido objeto de estudos de pesquisas. Para determinar esta condição na IPIB, caracterizou-se a denominação enquanto organização religiosa e detalhou-se o escopo da função pastoral, desde a formação do ministro até suas atribuições, a fim de se compreender a psicodinâmica do trabalho pastoral e de se identificar os estressores potenciais para o adoecimento laboral. Fez-se um recorte histórico sobre a Síndrome de Burnout, uma revisão bibliográfica e optou-se, como referencial teórico, pelas abordagens psicossocial e da psicodinâmica do trabalho. Aplicou-se um questionário sociodemográfico ampliado e a versão adaptada do Inventário de Burnout de Maslach (MBI) com as três dimensões que caracterizam a Síndrome de Burnout (SB): exaustação Emocional (EE), Despersonalização (DP) e Baixa Realização Profissional (BR), a fim de verificar a situação dos 51 pastores participantes. Realizou-se a análise descritiva dos dados, caracterização da amostra, demonstração de ocorrência, intensidade e correlação de fatores sociodemográficos com as três dimensões da SB preconizadas pelo MBI. Foram realizadas articulações entre os principais dados, o referencial teórico apresentado e outros autores seguindo uma unidade epistemológica, destacando-se como principais resultados: a) uma condição leve para moderado em relação ao nível de Burnout; b) o escopo da função pastoral, por suas atribuições e características, como um viabilizador dos estressores que conduzem à SB e c) o ambiente e condições de trabalho na IPIB como não agravadores para o adoecimento laboral; além de outras questões que emergiram a partir da discussão dos resultados.