Desenvolvimento de método palpatório da coluna cervical e sua validação baseada em imagem radiológica
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Ano de publicação
2015
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Instituição
Centro Universitário Augusto Motta
Resumo
Os profissionais de saúde que utilizam palpação em reabilitação compartilham a necessidade de um exame clinico acurado e confiável, uma vez que utilizam procedimentos e intervenções manuais que se baseiam no completo entendimento da anatomia in vivo e na capacidade de palpação e localização de estruturas anatômicas de superfície. Em particular, grande parte dos métodos palpatórios da coluna cervical utilizados ainda não foi estudada sistematicamente e sendo assim, a sua acurácia e confiabilidade permanecem sem comprovações. O objetivo deste estudo é o desenvolvimento de um método palpatório do processo espinhoso da sétima vértebra cervical (PEC7) e sua validação baseada em imagem radiológica. Métodos: Este estudo possui delineamento observacional transversal, com amostragem não-probabilística e dividido em três fases: Fase preliminar: Avaliação de imagens radiológicas obtidas de radiografias, tomografias computadorizadas e ressonâncias magnéticas e consulta à literatura em busca de pistas anatômicas para elaboração de novo método palpatório de estruturas ósseas da coluna cervical; e levantamento das proporções antropométricas para ajuste do método à diversidade populacional. Fase I: Teste comparativo entre o melhor método existente (método flexão-extensão, MFE) e o novo método (método estático tórax-costela, METC), utilizando-se a radiografia de tórax como método radiológico para avaliação de seu desempenho diagnóstico. Fase II: Desenvolvimento e validação de um modelo de regressão linear múltipla utilizando o METC. Resultados: A acurácia da identificação de PEC7 foi de 18% e 33% (p = 0,013) usando o MFE e METC, respectivamente. Acurácia cumulativa considerando tanto as direções caudal e cranial (PEC7 ± 1SP) aumentou para 58% e 81% (p = 0,001) usando o MFE e METC, respectivamente. A idade teve um efeito significativo sobre a acurácia do MFE (p = 0,027), mas não sobre a do METC (p = 0,939). Sexo, massa corporal, estatura e IMC não tiveram efeitos significativos sobre a acurácia de nenhum dos dois métodos. A confiabilidade interexaminador do radiologista para a localização dos marcadores foi excelente (Κappa = 0,962, IC95% = [0,888; 1.000]). O modelo de predição linear multivariado foi elaborado para distância vértice-processo espinhoso de C7 (em cm) gerou a equação 𝐷𝑉−𝐶7 = 0,986 × 𝐷𝑉−𝑀 + 0,018 × 𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 + 0,014 × 𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 − 1,008 (R2 ajustado = 0,797, SE = 0,025 cm). A acurácia da identificação de PEC7 na fase de desenvolvimento do modelo de regressão linear múltipla utilizando o METC foi de 40 % e a acurácia da identificação de PEC7 utilizando o METC associado ao modelo de regressão linear múltipla foi 66% (p = 0,001). Discussão: A maior acurácia do método MECT para localizar PEC7 pode ser explicada pelo fato de ser um método de palpação estático e consequentemente pode ser menos propenso a erros devido à limitação da mobilidade cervical que o método MFE. A palpação foi a variável de maior influência para a localização acurada do PEC7. A idade e a massa corporal também foram preditores independentes para localizar de forma acurada o PEC7. A acurácia da palpação pôde ser aumentada usando ajustes objetivos utilizando as informações pessoais, como idade e massa corporal. Conclusão: A localização do PEC7 é mais acurada com a utilização do METC do que o método de flexão-extensão. A acurácia da localização do PEC7 é ainda maior com a utilização do modelo multivariado de predição em conjunto com o procedimento palpatório do METC do que a utilização do método palpatório isolado.